
Como já não bastava o incómodo que é o natal, com as infinitas perturbações habituais, fui presenteada com uma febre estúpida que me deixou mazelas que resistem à expulsão (penso até que a existência deste post se deve à debilidade que me acomete. Paciência, foi natal).
Não terá sido o pai natal que a trouxe, que eu sou pouco dada a esse modernismo. Para mim, quem traz as prendas, ainda é o menino jesus e é por isso que não desisto do presépio.
O meu presépio é barroco, do género Machado de Castro, cheios de anjinhos e figuras ondulantes, carregadas de histórinhas para contar. Nada que se compare com o que tenho e muito menos com os presépios que fazia com o meu irmão, quando, no início de dezembro íamos ao Fontelo apanhar musgo; e depois fazíamos declives com caixas empilhadas que simulavam meia dúzia de montes; num deles havia um moinho e um moleiro montado no seu burrito; e havia um lago feito com papel de prata, povoado com patinhos; uma ponte e muitas ovelhinhas ao pé do pastor e um castelo no ponto mais alto. Não se sabe bem porquê, neste povoado tipicamente beirão, apareciam três camelos que se dirigiam a uma gruta, feita de casca de árvore, onde metíamos uma luzinha sempre acesa. Isso sim, era um presépio. E não havia problemas do género: na tua casa, ou na minha?
1 comentário:
O meu presépio de infância era igualzinho! Uma vez fizémos o lago com um espelho e pusémos-lhe um cisne. Foi o máximo!
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