s coisas como elas são
De nada serve queixar-me do tempo que não estica; não ganho um segundo por dizê-lo, pelo contrário, "perco" os minutos exactos que este texto leva a escrever. A passagem inevitável das horas não me abala por si só; faz-me apenas pensar como somos limitados na nossa capacidade de realizar coisas, porque grande parte delas serem do domínio do dever e poucas do prazer.
Fazer jantar para amigos é das que me dá prazer, mas tem um senão, como qualquer outro: obriga a ter tempo. Para o fazer (e desfazer) e para desfrutar da sua companhia. Para além de que tem destas coisas que é para o que os amigos servem: confrontam-nos com as nossas próprias fraquezas. Obrigam-nos a olhar para dentro e apelam à nossa capacidade de olhar com frieza e distanciamento para nós próprios. Quando os amigos são bons, ajudam a fazer balanços. Mesmo que sejam balançozinhos rápidos, feitos a correr, num bocadinho que duram uma volta ao quarteirão.
Voltando às questões práticas inevitáveis; daqui a pouco vou começar a pensar no que ainda quero fazer, isto é, posso fazer no dia que começa. Aposto que não vai dar tempo para ler aquele livro, muito menos para fazer o desenho que comecei ontem e anda amarfanhado na mala, mas por outro lado, ainda há que fazer as tarefas inerentes a um domingo que, quer queira quer não, vai consumir-se em três tempos. Com jeitinho, talvez dê para passar os olhos pelo jornal que ficou por ler...
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