zé do boné
Quando tirei a carta, nos longínquos anos oitenta, já havia condutores espertos, muito mais espertos do que todos os outros. Distinguiam-se por conduzirem não de capacete, como seria necessário, mas de chapéu ou de boina. Tanto um como o outro acessório, representava sinal de perigo. Eram, na maioria, velhotes e só olhavam em frente; a estrada era toda deles. Não viam cruzamentos, não respeitavam prioridades. O senhor Severo avisava-me do perigo, mandava-me travar imediatamente. Eu habituei-me a isso e a respeitá-los não pelos bons exemplos que davam, mas pelo perigo que representavam.
Passados anos, verifico que eles andam aí. Apercebo-me de novo do perigo e vou pisando o travão quando vislumbro os modernos zés do boné - jovens na sua maior parte morenos, com as cabeças cobertas com kangol ou coisa parecida, recostados em assentos rebaixados. Conduzem carros igualmente rebaixados, carros reembrulhados pelo tunning, com um potentíssimo som que os impede de ouvir buzinas ou sequer pensar que existem. A estrada também é só deles.
5 comentários:
Os piores de todos são no entanto os velhotes morenaços com as cabeças cobertas com boinas com a pala voltada para trás. Ui! É que nem queiras cruzar-te com esses! hehehe...
E onde é que os há?
Armados em grandes aceleras. Aquilo é ESTILO(chunga) a MAIS!!!
...FUGIR!!!
tens que topar um site muito fixe,que tem link na MUMIA, que se chama "fada do lar"; é feito pela Marta Anjos que andou pelas Belas em Design. Vais GOSTAR.
Vou às vezes ao Fada do Lar, é lindo! Não me lembro desse nome na Esbal mas fico contente por saber que a autora é das nossas, isto é, tem bom gosto!...:)
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