istracções
Se acreditássemos que o estado do país se retrata nos factos salientados nas capas dos jornais, suporíamos que afinal vivemos no mesmo país da Alice. O Não irlandês, estratagemas com bolas, a fuga para o clube inglês; tudo serve para nos fazer crer que o país não esteve (ou está) à beira do caos, que não nos roubam indecentemente enquanto andamos distraídos a pensar nos feitos da Selecção (devo escrevê-la com maiúscula?).
No dia 13, parou-se para recordar os 120 anos do nascimento do Pessoa, mas não dei por que alguém tivesse parado para comemorar os 100 anos do nascimento de Vieira da Silva, a maior senhora da pintura portuguesa (a.p.r. - antes de Paula Rego). Talvez o esquecimento se deva ao facto de ter optado pela nacionalidade francesa, outra das coisas que partilhou com Arpad Szenes.
Vá lá, a Fundação esse dedica-lhe uma exposição. É o mínimo que se pode fazer na aridez que grassa neste junho atípico. Ainda por cima, dizem que amanhã vai chover.
Montagem, janota, 2008
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