06 junho 2008

letras sem musica

etras sem música

Não sei se é pela vivência actual, se simplesmente porque ando falha de ideias, certo é que vou descobrindo antiguidades que pensava estarem inacessíveis e indiferentes. Vêm à superfície de vez em quando e fazem-me falar delas. Estas são de caracter gráfico - letreiros curiosos de lojas que subsistem heroicamente à modernidade. Letras por enquanto com música. Um simples passeio pelas ruas onde cresci obrigam-se a registar pormenores que me acompanharam durantes tantos anos. Gosto deles e temo que não sobrevivam à febre de reforma que ataca os autarcas e que contagia construtores. Lamento não ter imagens do que se foi destruindo no caminho de reedificação das novas cidades. Têm-se cometido atentados graves, destroi-se património sem critério. E pior do que isso, normaliza-se, formata-se, ignoram-se elementos caracterizadores das culturas e dos espaços. O programa Polis é disso um exemplo; não haverá em breve cidade de província que não tenha o seu repuxo, uma cascata de granito, um pavilhão multiusos de traça igual, rotundas despropositadas, autosilos e parques de estacionamento que servem para estacionar os veículos que não existem.

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