ovas sensações
Poderá um balde de lixo ter direito a um post? Pode, o meu tem todo o direito.
O balde do lixo que comprei hoje deu-me uma dupla satisfação - a função puramente operativa, exigida pelo multiplicar de sacos espalhados sem critério; e outra, muito mais importante: o reviver de memórias. Quando o detectei entre um sem número de objectos desinteressantes, quase senti em pleno o cheiro da bolacha americana da Figueira da Foz; o balde de zinco em forma de cone truncado que os vendedores carregavam pelo areal. Não hesitei, mesmo que o balde tivesse uma falha operativa, e tem, teria que trazê-lo. (Faço um parêntesis para falar da falha: o balde do lixo da cozinha, quando autónomo, deve poder ser aberto com o pé, uma vez que quase sempre é utilizado com as duas mãos ocupadas. Pois bem, este meu balde tem uma tampa que tem uma pega e que, portanto, tem que ser aberto à mão. Coisa de somenos importância, claro está).
Há pequenos acontecimentos aparentemente insignificantes que têm um peso brutal e no que toca a memórias, que fazem mais do que visitar qualquer Querido Diário. Tal como este sítio onde agora moro, que é um manancial de cheiros e sensações; pejada de madressilva e buganvílias que distribuem cores e cheiros únicos, faz-me andar de nariz alerta (e que bem que me sabem as manhãs!)
É este um lugar em que, curiosamente, todas as casas têm nome; nada de vivendas mariani, o nosso cantinho, nada de nomes foleiros. Uma casa de nome Outono já é lindo mas mais bonito se torna se escrito ferro branco e em Century Gothic. Estou até a pensar dar à minha casa um nome bem amorozinho... aceito sugestões.
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