03 setembro 2008

estrela do mar

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Sobre as estrelas do mar, achava eu que sabia como eram. Principalmente, lamentava pertencerem ao rol dos seres em vias de extinção. Pensava até não ser possível encontrá-las no seu habitat, na nossa costa.
No domingo passado descobri uma dezena de estrelas do mar de tamanhos variados, numa profusão cromática que me espantou, na cavidade de uma rocha que tem o meu código postal. No mesmo buraco, e numa admirável paleta de tons castanhos e vermelhos, um vai-vem de algas esquias e pequenos búzios em deslocação. Estava eu sossegada, a observar tamanha beleza, quando se aproximam dois palermas, com idade suficiente para já o não serem. Perguntaram-me se eu queria pegar numa estrela; indignada, respondi para as deixarem na paz do seu recanto. Mesmo assim, mostraram-me uma - estranhei a textura rugosa e surpreendentemente dura, numa forma tão macia e delicada. Numa extrema afirmação de estupidez, disseram, "isto é lindo é seco, envernizado e pendurado na parede". Se houvesse como embalsamá-los para fazer perdurar o retrato da estupidez, aposto que haveria grande dificuldade em encontrar os seus cérebros minúsculos.

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