gente que a gente conheceÉ da tradição familiar fazer amigos nas paragens que visitamos durante as férias. Não que se tornem amigos para sempre, que os conheçamos bem, ou sequer que cheguemos a trocar uma só palavra com eles - sim, na maior parte das vezes limitamo-nos a observá-los bem de longe. O que têm esses amigalhaços de comum é que um dia se cruzaram connosco e nos proporcionaram momentos divertidos. Desde sempre assim foi. A Possante, o Jorge das Lulas, o Caretas, o Max, o Pêlo de Chiba, o Caixinha Azul, são personagens que retivemos e que ainda hoje sabemos IMperfeitamente quem são, onde estavam e o que faziam.
Para cumprir a tradição, neste natal e fim de ano tivemos a sorte de conhecer o Orelhas, exímio dançarino que parecia viver para brilhar no salão e que tinha umas orelhas compridas de onde saiam dois tufos negros, incapazes contudo, de afugentar par. Para lhe fazer frente havia o Xico Bailarino, fotógrafo residente do hotel que não perdia um momento para exibir os seus dotes de dança que parecia desenvolver sobre patins; o sorriso de orelha a orelha, de par em par, portanto, revelavam o narcisismo sem par. Minto, rivalizava com o próprio par, uma mulher baixinha, de cabelo platinado que se deliciava a olhar para os par de olhinhos juntinhos sobre o nariz do Xico Bailarino.
Amiúde, jantámos com o Rui Reininho, pai de um extenso rol de filhos, que se sentava na mesa ao lado e que era servido pelo Vasco Santana, moço roliço a quem as riscas de gondoleiro faziam rebolar mais.
Ali para os lados de Benfica, fomos servido pelo Cantinflas, personagem que todos recordamos de algum lado mas que ninguém sabia bem de onde. Da televisão, mas há muitos anos e a preto e branco, ao contário deste, de bochechas bem rosadas mas sem o célebre bigodito.
Daqui de conclui esta coisa estúpida, é que em todo o lado, temos pretexto para sorrir, nem que seja à custa dos outros.
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