20 fevereiro 2010

single man

Atente-se nos nomes dos filmes que andam aí e que, estranhamente por serem simultâneos, nos trazem dois tipos de homens. Entre o simples e o singular, vejamos o singular. Um filme bonito de ver, bonito ao olhar. Bela fotografia, dominada pelo sépia e por ambientes quentes; close-ups frequentes, esteticamente equilibrado, transparecendo a sensibilidade do realizador, Tom Ford.
Numa frase, disse quase tudo o que me apraz dizer sobe isto. Inova no modo como aborda a o tema principal? Sem dúvida - fá-lo de um modo sincero sensível e delicado. Essencialmente, transparece a sabedoria do realizador; nota-se que sabe do que fala. Nada como um deles a falar dos seus pares. Longe da dureza com que Almodóvar tratou o tema, estes homens singulares são bonitos, lindos de ver, no matter what...

À laia de PS deste post, apetece-me questionar acerca do que nós mesmas, eu e as minhas amigas, nos perguntámos quando regressámos do filme: o que é que há no olhar que faz o outro perceber a sua tendência sexual? Alguma coisa há, para que não haja encontrões. Hoje adiciono uma alínea à questão: e quando não há olhar no olhar? Atira-se o barro à parede? Lança-se a escada? Manda-se o isco? Devo dizer que atirei o isco para bem longe, parti a escada e molhei a parede.

Sem comentários: