21 março 2010

complicado

Hoje fui ao cinema sem ter consultado os jornais; a única referência ao filme que ia ver tinha-me sido transmitida pela PV, que me garantiu ser uma boa ideia para quem não se quer maçar muito. "Amar... É complicado" seria um filme descontraído e divertido. Um filme com um nome de um não-estado trazido à praça pública por uma rede social, só podia ser isso.
Ao contrário de mim, o público presente na sala devia estar bem informado, porque estava preparado para rir ao menor diálogo. Confesso que não sou impermeável a certos enquadramentos e que não saí incólume desta sessão.
A desdramatização do divórcio, a leveza retratada na vivência dos filhos, a cumplicidade de 20 anos de casamento.
As covinhas gordas do Alec Baldwin, com muitos impressionantes quilos a mais; a vivacidade e a graça da sempre virtuosa Meryl Streep, com quem embirrei anos a fio sem deixar de ver os seus filmes; o Steve Martin com o nariz curto; os grandes planos a ampliar os rostos, as cores claras e douradas. Uns charros e umas danças bizarras, ambientes a lembrar que envelheço com eles... e como eles. Um filme que vive do gesto, da expressão corporal, sem deixar escapar um pormenor.
Esta sessão fez-me reencontrar com uma sala que não frequentava há anos - o Atlântida Cine; uma sala à moda antiga, que dá gosto ver resguardada das febres comerciais. O simpático espaço, o simpático público e a simpática distância até casa fazem-me crer que lá vou voltar mais vezes.

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