
Tenho há alguns anos um cirurgião de estimação, dos antigos. Feio, baixinho e gordo, mas com umas mãos únicas e que me atendia com muita simpatia. Resolveu-me alguns problemas simples mas dolorosos; se não tenho marcas, a ele o devo.
Soube há dias que sofreu um avc que o deixou em estado quase vegetativo. A família abondonou-o na cama do hospital. A clínica que o acolhe foi aquela onde trabalhou toda a vida. As suas visitas são os colegas de profissão e os enfermeiros.
Quem abandona pessoas devia ser preso. Quem abandona animais devia ser preso.
Ninguém havia de visitar essa escumalha que nem merece ter nome de gente. Era abandonarem-nos numa cela. Faziam uma no fundo do mar de propósito para eles.
O pior é que me cruzo com muitos no meu dia a dia, aposto... tenho desgosto nisso, de viver no mesmo mundo que eles.
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