
Contrariamente ao que está estabelecido (ai!...) na compilação das atitudes recomendadas em sala de aula, vulgo Regulamento Interno, os meus alunos ouvem música enquanto trabalham em sala de aula. Dizem que os descontrai, que se concentram mais; claro que não creio nisso, mas tolero e aconselho porque os silêncios longos exasperam-me, fazem-me crer que sou uma espécie de vigilante sem farda.
Tenho a possibilidade de saber o que ouvem os jovens, coisa que aprecio e instigo a que me façam ouvir. Surpresa: miúdos de nono ano vidrados em Doors, Beatles e José Cid. Sabem as letras de cor mas não sabem quem era Stevie Wonder a não ser que é um velhinho preto e cego. Um dia destes trauteavam insistentemente a mesma música, cantavam em coro. Reconheci-a e fi-la tocar no computador da sala; pasmaram, não acreditavam que o êxito do momento tinha origem nos BoneyM. Quem são esses? E Barbra Streisand? Hã? E agora, quem é que pára esta porcaria de cantar na nossa cabeça o resto do dia?!
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