06 junho 2011


uma pena


O pais alaranjou e o líder demitiu-se num discurso que não diferiu do estilo do costume; surpreenderam-me os gritos histéricos irritantes dos apoiantes dum homem "sempre defendeu os interesses do país". Apesar disso, senti uma leve pena dele; não porque perdeu (eu sei, tenho esse fraco por todos os que perdem qualquer coisa) mas pela persuasão do seu discurso...
Na noite de balanço eleitoral seguiu-se o arengo do novo líder, notoriamente mais magro do que antes; algo me fez também sentir algum incómodo. Seria a certeza comum de que se está a meter num covil de onde ninguém sai impune? Ou seria apenas o fato azul, de fraco corte e mal passado?

1 comentário:

josépacheco disse...

eu compreendo a tua pena pelos que perdem e pelos desarrumados. também tenho uns ténis rotos, uma camisa de gola esgarçada (ou duas); raramente tenho paciência para engraxar sapatos. aceito que às vezes tenhas pena de mim! o que me impressiona mais nas pessoas em geral é caspa nos ombros (fico com muita pena...) ou óculos com impressões digitais nas lentes. contudo, do sócrates não consigo ter pena...