vinco
Fatos amarrotados, casacos de xadrez de ombros largos, calças curtas expondo um pé de gesso; um pulôver com pó, um buraco de traça. Tudo isso me incomoda e faz pena principalmente se for numa pessoa como aquela que vi subir a um palco para receber uma medalha que será, talvez, o símbolo máximo de um vida dedicada a um projecto. Pessoas que se dedicam, que sofrem por carregarem o peso de uma entrega até ao dia em que têm que se apear porque a idade não perdoa embora o corpo não denote cansaço. Tenho pena, mesmo que brinquem comigo por isso. Estou sempre a dar azo a que isso aconteça.
Um dia destes um amigo queixava-se deste blogue: dizia que está muito deprimente. Não me custa a crer mas no momento não consigo alterar o registo. É esta a prova do nada premeditado que é isto tudo e muito menos eu. Para coisas mais alegres é voltar daqui a uns tempos ou mudar para o canal parlamento (ainda existe isso?), por exemplo, que deve estar de gritos.
1 comentário:
está um post lindíssimo. e compreendo essa tua pena: no fundo, também a acho muito bonita.
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