rosinha
dizia que quando era pequena usava umas cuecas que a mãe lhe fazia, arrendadas. Hoje não usa as mesmas cuecas que lhe deixavam o rabo com desenhos gravados. Hoje é mãe de um belo rapaz que está a terminar o segundário e em breve ingressará na onibersidade - passaram tantos anos e ela fala como dantes.
O tempo parece que parou desde a altura em que fomos colegas de liceu; casou, teve um rapaz e é uma mulher dedicada à família. Cuida dos pais, dos sogros, dos irmãos, dos cunhados e dos sobrinhos. Ajuda os outros mas que isso nunca belisque o núcleo.
Mantém a cara laroca de nariz arrebitado, no cabelo aparecem uns fios cinzentos mas a agilidade e a esperteza aguçada reveladas nos olhos que nunca param. Os seus cozinhados são gabados por todos e orgulha-se disso; o filho adora as amburgas que faz com carne de baca ou de bitela, com cenoura e salsa picada, mas se for para a onibersidade vão-lhe fazer muita falta.
1 comentário:
Crónica engraçadíssima.
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