05 maio 2012

gatinha bilu

dava pinotes no meio do matagal. Era muito pequenina e jovem. Tinha um ar astuto e uns grandes olhos verdes que se tornavam mais redondos pela magreza de corpo. Quando me viu estacou. Miou incansavelmente. Segurei as mãos para não lhe pegar ao colo pois correria o risco de a não largar. Afastei-me para comprar comida.
Quando voltei estavam junto dela três jovens; continuava a miar, implorava por festas e comida. Enquanto desfez sofregamente o pedaço que lhe dei, miava de satisfação; não devia comer havia longos dias e o seu frágil corpito era pele, osso e pêlo. O rapaz balbuciou que queria ficar com ela. Mandou uma foto à mãe. Enquanto a resposta tardava fui buscar mais comida, comprei uma pipeta para as pulgas e no regresso, a boa notícia, o rapaz ira levá-la.
Como é que se transporta uma gatinha num carro onde há três cães e não se tem um contentor? Fomos em demanda de um caixote; coberta com uma mantinha e depois de muitas tentativas, a gatinha entrou e ali se manteve depois de diversas tentativas de fuga. Perante o cheiro a cão, agitava-se, escorregava à maneira de gato, tentava fugir do aperto.
Acondicionámo-nos no meu pequeno carro: os cães, os jovens, o jovem com o enorme caixote ao colo, sem nunca largar a manta que o tapava. Levei-os a casa. Quantas pessoas saberão qual é a sensação de dar uma família a um animal sem lar?

Sem comentários: