bisnaga janota

studos aprofundados


Permitem os meus longos anos afirmar certas coisas como serem insofismáveis. Apetece-me hoje falar de uma observação que efectuei ao cabo de muitos anos de estudante, altura em que a curiosidade pelos outros aguçava e me fazia pensar muito acerca das suas características. Deve ter sido por alturas do jardim-escola João de Deus que comecei a separar os meninos por mimados e não-mimados, mal educados e bem educados, interesseiros e companheiros, amigos e os outros.
Durante muito tempo não questionei as minhas conclusões porque me pareceram quase sempre certas; hoje, obviamente, penso duas vezes antes de concluir apreciações sobre os outros mas há dias surgiu-me a representação fiel de um género de pessoa sobre as quais nunca tive dúvida alguma: os parvos mimados.
As crianças mimadas adquirem uma linguagem corporal própria que se mantém por mais tempo do que desejado. Contorcem-se, entortam os olhos, os dedos, as pernas; fazem-no com um intuito: obter a satisfação dos seus caprichos. E sim, porque são caprichosas. Inserem-se neste grupo pessoas que entortam os pés para dentro quando caminham; consequentemente, não assentam os pés inteiros no chão; quando páram, mantêm os pés dobrados em arco. É fácil vê-los a enrolar o cabelo com as mãos. Não olham a direito, têm trejeitos no olhar, quase de carneiro mal morto (que expressão tão desprezível...). O globo ocular fica exposto, pelo que a existe sempre uma anormal auréola branca que é para mim um foco de problemas.
Se não fosse eticamente reprovável, estaria aqui a postar uma foto exemplificativa que comprova a minha teoria mas com alguma concentração visualiza-se a figura num instantinho. Tenho ou não razão?