06 agosto 2014

ada é para sempre


Da minha janela vejo o rés do chão da frente esvaziar-se. Meia dúzia de homens empilham numa camioneta alguns móveis com pó. Na varanda, havia muitos meses, passei a ver uma velhota de cabelo branco, e de vez em quando, numa cadeira de rodas.
No terceiro andar do meu prédio assisto a mais uma mudança. Esta casa a isso nos habitua. Novos inquilinos veem, móveis novos povoam o átrio.
Por esta altura todas as casas estão habitadas devido às férias e à proximidade da praia.

Na rua, porém, no jardim preferido do meus cães já não está a Polka - os donos emigraram. A Zara foi embora com a dona, que se separou. A Luna ladra da varanda do 4º andar - cresceu e os donos perderam a paciência de a levar a passear. O Simba desapareceu com a dona sem deixarem rasto. O Pretinho morreu e o mesmo aconteceu ao Messi. A Misty e o Max deixaram de se cruzar conosco porque os nossos horários mudaram. Também o Kiko e o Picachu desapareceram do bairro e da minha vida, deixando uma saudade enorme daquele olhos sinceros e meigo que só os cães têm. Apesar da sua ausência, passeiam sempre comigo e com a Lolita.


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