25 agosto 2014

miga, a quanto obrigas


A famosa frase do Le Petit Prince sobre responsabilidade nas amizades chega-me a propósito de relacionamento que se tornou difícil. Ser amigo de alguém é ser e maduro.
Ultrapassada a adolescência, fase em que as amizade se fortalecem mas podem ser drásticamente abaladas, não tenho tido amizades complicadas. Pensei que este estado de graça era para a vida.
O meu relacionamento com os outros é fácil; tendo a não complicar mesmo com pessoas difíceis. Em época de turbulência, aprendi a deixar passar o mau tempo.
Na amizade que estabelecemos com essas pessoas especiais,  não dominamos todos os dados. Ela pode ser mais ou menos profunda e íntima, ou ser alimentada por qualquer coisa que não se vê nem se alimenta e no entanto estar sempre presente - disso quem não sabe?

Uma amizade pode também ser de tal modo alimentada que a aproximação se torna sofucante. Nesse caso está em perigo por saturação de um dos lados. Ou pode seguir um outro rumo que não dominamos.
Seguir esse rumo e deixar de ser amizade devia ser fácil de entender. Quando identifico sinais de que o relacionamento pode estar a passar para outro patamar, deveria ser fácil travar. Não o sendo, corro o risco de estragar e pior, magoar.
Não sei estabelecer limites, percebi agora, tarde demais. Não sei ser amiga de todas as pessoas, principalmente do mesmo sexo. Aprendi, conforme cresci, a defender-me das investidas masculinas, conforme ditam as regras culturais e sociais. Falta-me fazer uma aprendizagem que tem de ser feita trilhando o mesmo caminho, alerta para o "perigo" de me aproximar demais, de me dar demais.
Acontecer duas vezes seguidas é um sinal de que há algo tenho de aprender a controlar.

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