21 janeiro 2012

o elo mais fraco


elo mais fraco

Estou por estes dias a concluir uma leitura que se encontrava pendente vai para ano e meio. Deram-me a ler "a máquina de fazer espanhóis", de valter hugo mae, num período difícil da minha vida - quando sofria, dizem, de stress pós-traumático. Não foi o facto de ter visto a minha vida abalroada que me impediu de continuar a leitura. Foi sim a intensidade do relato na primeira pessoa na pele de um velhinho que, tendo atingido o posto de viúvo, é pela família internado num lar de 3ª idade. Apesar do sentido de humor e da intensa ironia, que presentemente já consigo vislumbrar, a ideia do desapego de que as famílias são capazes de revelar quando se separam assim dos seus velhos foi por demais atroz. Do desapego aos velhos, da indiferença às crianças, da crueldade aos animais - resta uma geração de coração seco e cruel, capaz de um desapego e de uma frieza de sentimentos avassaladoras.
Essa mesma geração que faz disto e escreve aquilo.





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