16 julho 2012

esabafo abafado

Estão de volta os episódios da velha saga já aqui referida cuja protagonista, de saúde débil, tem a cargo dois familiares igualmente fragilizados. Relata-me momentos mirabolantes aos quais respondo com alguns grunhidos porque tenho dificuldade em gerir de outro modo. A dita protagonista esteve hospitalizada e enquanto foi operada deixou irmão e mãe em auto-gestão porque não encontrou quem se disponibilizasse a tomar conta dos dois. Pudera. Poucas pessoas haverá capazes de aguentar tal façanha.
Desesperada, conta-me os seus dias, à beira das lágrimas, ao telefone. Na sua ausência, eles não tomaram a medicação e só fazem o que lhes apetece. Dormem até tarde, sujam as casas de banho, não tomam banho, não são minimamente autónomos.
Ela perde a cabeça, está em recuperação; foi fazer hemodiálise e entupiu a máquina. Achou que era culpa dela e tomou comprimidos que alterassem a viscosidade do sangue. Fez asneira, o médico repreendeu-a. chegada a casa comeu três trufas. Fez asneira. Depois comeu duas ameijoas. Fez asneira. Em casa ninguém ajuda; bate-lhes e eles não compreendem que têm que mudar. "A minha mãe não merece o ar que respira. Quando eu era nova ela batia-me muito mas agora quem lhe dá sou eu. Ontem pegou num pau quando eu estava de costas e ia-me bater com ele no braço..."
Aconselhei interná-los num sítio onde possam ter todos alguma qualidade de vida...

1 comentário:

Anónimo disse...

e os barulhos?